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- Christine Marie C.Poletto
- Brazil
- Advogada, formada em Direito pela Faculdade de Direito de Joinville/Associação Catarinense de Ensino, na cidade de Joinville, Santa Catarina. Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Santa Catarina, sob o n. 43465. Pós graduada em Direito Processual Civil pela Faculdade Damásio, com título de especialista em Direito Processual Civil (Lato sensu). Pós graduanda em Direito negocial e imobiliário pela Escola Brasileira de Direito - EBRADI. Atua como advogada na área cível em geral e presta serviços de consultoria jurídica para pessoas físicas e jurídicas dos mais diversos ramos de atividades.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Diálogo com Mooji
Questionador:Mooji, é realmente possível se tornar ou ganhar a iluminação ? Alguém já se tornou iluminado ou despertou através de estar vindo a Satsang; e se sim, você poderia dizer quem ?
Mooji:Em verdade não é possível se tornar iluminado assim como você coloca, pois não há ninguém por assim dizer para se tornar iluminado em primeiro lugar. O firme reconhecimento, ou a realização de que não existe em realidade um 'alguém' para alcançar a iluminação, e que nunca em tempo nenhum poderá haver tal entidade, seja agora ou no futuro, para alcançar tal estado, é o que vem a ser a Iluminação.Esta é a verdade derradeira.
Você pergunta: ' Se já alguém, por vir a Satsang, se tornou desperto.' Isto já foi respondido na minha resposta prévia mas vou ainda adicionar que o que tém havido e continua a se dar é um constante reconhecimento do fato que a identidade-ego é um mito, um personagem fictício. Esta, por assim dizer, individualidade, é uma expressão da pura Consciência/Ser e não o fato ou a definição do Ser. Este Ser permanence por detrás como a testemunha ou a observação dos fenômenos surgindo espontaneamente na consciência. Este Ser verdadeiro é somente a sem-forma e sem-nome presença que surge e brilha como paz, alegria e felicidade sentidos como contentamento amoroso. Quando este reconhecimento ocorre dentro de cada indivíduo, ou expressão da consciência conhecido como 'pessoa', este estado é chamado de 'despertar' ou 'iluminação'
Você me pede para eu apontar se existe alguém assim aqui presente ? Na linguagem comum eu direi que um número de pessoas aqui chegaram neste ponto de ver/ser claramente além de apenas uma mera aceitação ou entendimento intelectual ou acadêmico. No entanto, as tendências mentais e identificações não são completamente destruídas, e o sentido de ego fazendo-se passar pelo assento da realidade continua a aparecer, embora já exposto através da inquirição como uma mera ilusão. Isto é natural. A tarefa e o desafio aqui é trazer repetidamente esta individualidade-Eu de volta ao coração/fonte quando ela surgir, e treinando a atenção a permanecer na fonte, que é o seu verdadeiro ser, gradualmente ela funde-se na fonte e se torna a própria fonte.
Finalmente, quem poderia ser esse 'eu' quem clamaria: 'Eu o tenho', ou 'Eu sou uma pessoa realizada'. Quem ou o que pode possuir a Iluminação ? Não é o mesmo ego ? Percebe o meu ponto ?
No entanto, alguns Mestres de fato declararam e se afirmaram como a pura realidade, sem qualidades, e falaram a partir desta direta convicção/sabedoria livre do ego. Isto também é correto na minha visão e é muito refrescante, natural e com autoridade, para que saibamos que não é possível enmoldurar ou limitar o ser puro por nenhum padrão ou lógica humana.
Q:Mas eu me sinto como 'alguém', eu não posso sentir-me como 'ninguém'.
M:Novamente você coloca este 'meu ser' como um objeto de percepção. Como você pode ser um objeto ? Um objeto deve ter um sujeito que o percebe. Se o sujeito também é percebido, ele automaticamente se torna um objeto, e deve ter um sujeito ainda mais profundo para percebê-lo. Percebe ? Você não pode ser nenhum objeto percebido, você deve ser aquele que percebe, o sujeito. Quem ou o que é o 'você' que percebe ? Perceba isso. A sua afirmação: ' Eu me sinto como um alguém' contém três aspectos: Eu, meus sentimentos, e o alguém que eu considero ser. Este alguém é meramente a sua idéia de si mesmo, não o seu ser real. E os seus sentimentos, são meramente os sentimentos que dizem respeito a essa idéia de si mesmo. Finalmente existe aquele um que é o sujeito quem percebe esta observação. Estou certo ?
Q:Sim.
M:Quem ou o que é você exatamente ?
Q:Eu sou eu, o meu ser!
M:E o que exatamente é isso ?
Q:Eu! Ou melhor , a minha idéia de mim mesmo.
M:Então, não o corpo ?
Q:Não, Eu sei que eu não sou o corpo.
M:Como você sabe que não é o corpo ?
Q:Eu posso ver o meu corpo e eu simplesmente sei que não é isso que eu sou, embora algumas vezes eu sinta que eu sou isso também.
M:Ok, muito bem. Podemos voltar para a sua resposta que você é o seu conhecimento de si mesmo ? Você tem certeza que é o conhecimento do seu ser e não meramente o conhecimento da idéia do seu ser ou de sua personalidade ? Como é que você veio a conhecer-se ? Como você está conhecendo o seu ser aqui e agora ?
Q:Quando eu comecei a perceber as outras coisas e as pessoas.
M:Sim, e como perceber o outro te traz para você mesmo?
Q:Porque eu sei que eu estou percebendo. E Que eu tenho que estar ali para perceber.
M:Então nenhum objeto percebido pode ser você, estou certo ?
Q:Certo.
M:Exatamente ! Muito bom ! Agora então quem ou o que exatamente é isso que percebe ou nota qualquer coisa ?
Q:Eu ! Isto !
M:Este 'eu' é o mesmo que 'isto' ?
Q:Sim.
M:E novamente o que é isso ? Qual é a sua qualidade, sua substância ? O que te compõe exatamente ? Olhe e me diga. É algum 'você' particular ? Uma pessoa ? Distinto dela ou dele ou deles ?
Q:Bem, sim...não...é vago, eu não vejo bem.
M:Mantenha-se concentrado, não disperse, esteja sereno e veja. O que você é aqui ? Nesta observação, você pode dizer ?
Q:Eu não sou nenhuma pessoa ou coisa alguma, mas eu não sei o que eu sou. Não há nada aqui, eu não posso responder isso. Há um sentimento de não querer olhar, de cansaço, resistência ou irritabilidade.
M:Ok. Não se engaje em nenhuma avaliação, não toque em nada, apenas seja um com este observar. Fique aqui sem ter que tentar.
(Há uma longa pausa aqui).
Você parece confuso, com o quê você está atrapalhado ?
Q:Existe apenas este vazio.
M:O que está testemunhando este vazio ?
( o questionador olha para cima e sorri, olhos fixos em Mooji)
M:De onde este sorriso está vindo ?
(Silêncio...)
Q:Eu não sei, há um sentimento de alívio, espaço e paz, um tipo de leveza.
M:Um tipo ?
Q:Não. Leveza, espaço e paz.
M:Esta leveza e paz brilha onde não há ninguém. Isto é paz. Isto é alegria real. Isto é puro amor. Apenas agora não se apoie nisso. Não possua ou clame isso. Permaneça a testemunha.
Q:Sim, sim (sorrindo). Eu vejo que eu sou apenas a testemunha aqui. Obrigada. (ela prosta suas mãos na forma de comprimento/agradecimento tradicional Indiana).
M:Não vá embora já não.
(alguns momentos passam)
Agora deixe de ser a testemunha.
Q:Eu estou confusa.
M:Não, você não está confusa. A confusão está sendo testemunhada. Não se identifique com isso. O que permanence ? Não toque em nada, mesmo a testemunha, não seja 'uma' testemunha. Testemunhando sem 'uma' testemunha, você entende ?
Q:Sim.
M:Quem é que está entendendo ?
Q:Ninguém, apenas entendendo.
M:Muito bom. Estou muito feliz em te encontrar. Agora deste lugar sem localização em total vazio como o vazio, além do conceito de vazio, você É sem nenhum esforço. Você não se tornou isto ou ganhou isto porque não há ninguém aqui para ganhar qualquer coisa. A partir, ainda que de dentro desta indescritível consciência, a consciência nasce e brilha como o Eu que percebe. E o que quer que surja aqui são meras formas aparentes da consciência-Eu sendo percebidas.
Q:Obrigado.
M:Seja bem-vindo.
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O nome dela é Tula (de Israel), uma das vozes mais lindas q já ouvi.
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