Adm. do Blog: Christine Marie - Nayarin

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Advogada, formada em Direito pela Faculdade de Direito de Joinville/Associação Catarinense de Ensino, na cidade de Joinville, Santa Catarina. Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Santa Catarina, sob o n. 43465. Pós graduada em Direito Processual Civil pela Faculdade Damásio, com título de especialista em Direito Processual Civil (Lato sensu). Pós graduanda em Direito negocial e imobiliário pela Escola Brasileira de Direito - EBRADI. Atua como advogada na área cível em geral e presta serviços de consultoria jurídica para pessoas físicas e jurídicas dos mais diversos ramos de atividades.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Impossível não se sentir tocado e imergir nas palavras sempre tão ConscienteMente colocadas por esta criaturinha amada :)

Y Love Eckhart ♥


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Tomates Recheados - Osh♥




Aquilo que chamamos de "educação" não tem nada a ver com educação - é exatamente o oposto. A própria palavra "educação" significa trazer à tona algo que está no interior de uma pessoa, trazer seu centro para a superfície, para as bordas, fazer com que seu ser se torne manifesto - porque ainda está latente, não-manifesto, está adormecido -, tornando-o ativo e dinâmico. Isso é educação. Mas não é isso que tem acontecido no processo educacional. Ocorre justamente o oposto: estão enchendo as pessoas de ideias. Nada tem sido retirado do poço: as águas do poço estão sendo exploradas. Em vez disso, pedras têm sido lançadas dentro do poço. Logo a água irá desaparecer e o poço ficará cheio de pedras. É isso que vocês chamam de eruditos, sábios, professores. Nada são além de tomates recheados. Nada além disso, apenas pessoas recheadas com grande quantidade de besteiras.
Osho

sábado, 12 de novembro de 2011

A loucura e a escuridão - Osh♥


"Muitos loucos nos nossos hospícios estão sofrendo não de qualquer coisa, mas apenas dos medos primitivos dentro deles, que irromperam. Os medos estão aí: os loucos têm medo, ficam apavorados a cada momento de suas vidas. E nós ainda não sabemos como permitir que  aqueles medos primitivos se evaporem. Se os loucos pudessem ser ajudados a meditar na escuridão, a loucura desapareceria.
Mas somente no Japão eles realmente trabalham um pouco nessa direção. Eles se comportam de forma absolutamente diferente com seus loucos. Se alguém fica louco, psicótico ou neurótico, o método japonês permite-lhe viver no isolamento por três ou seis semanas, conforme o caso possa requerer. Eles simplesmente permitem ao louco viver no isolamento. Nenhum médico, nenhum psicanalista vai até ele. O alimento é suprido, suas necessidades são cuidadas, e ele é deixado sozinho.
À noite, não há luz; ele fica sozinho na escuridão – sofrendo, claro, passando por muitas fases. Todo cuidado é tomado, mas nenhuma companhia lhe é dada. Ele tem de encarar sua própria loucura imediatamente, diretamente. E, dentro de três ou seis semanas, a loucura começa a desaparecer. Nada foi feito realmente: ele simplesmente foi deixado sozinho. Esta é a única medida que foi tomada.
Os psiquiatras ocidentais ficaram espantados. Eles não podem compreender realmente como isso acontece, porque eles trabalham durante anos. Eles psicanalisam, eles tratam, eles fazem tudo mas nunca deixam o homem sozinho. Nunca o deixam sozinho para encarar seu inconsciente mais interno totalmente, por sua própria conta. Porque, quanto mais auxílio você dá, mais você o deixa impotente, porque mais ele depende de você. E a questão é um encontro interno: ninguém pode ajudar realmente. Assim, os que conhecem, estes o deixarão sozinho para encarar a si mesmo."
Osho, O Livro dos Segredos

sábado, 5 de novembro de 2011

Um balão cheio de ar, flutua num mar infinito de ar... Jeff Foster

Um balão cheio de ar, flutua num mar infinito de ar.







E o balão diz para si mesmo: “Eu sou um indivíduo. Eu vivo em um mundo cheio de indivíduos. Um mundo de “eu” e “meus”: meus pensamentos, minhas lembranças, minhas crenças, minhas realizações, meus sucessos, meus fracassos, meu passado, meu futuro, meus relacionamentos. Eu possuo um pequeno pedaço do todo, um pedacinho da vida. Esta é a minha pequena parte do todo.”
O que o balão mais teme é estourar – em outras palavras, a sua própria morte – porque vê isso como a perda definitiva do “eu e meu”. Em outras palavras, a morte é a perda da “minha pequena parte do todo”. O fim da ‘minha vida’.
O que o balão não pode ver é que a morte é a libertação. Após a morte, “minha pequena parte do todo” simplesmente explode de volta para o todo. “Minha vida se dissolve de volta à vida em si. E o que se vê é que “a minha vida foi sempre uma ilusão, porque nunca houve alguém lá separado do todo. Houve apenas o todo, sempre. O balão nunca “tinha” qualquer coisa para começar, e assim nunca poderia “perder” qualquer coisa. Em outras palavras, não há “indivíduo” separado da própria vida – apenas parece existir.
A mente (pensamento) nunca será capaz de compreender isso. Mas em algum lugar além da mente, em algum lugar além das histórias que contamos sobre a vida, em algum lugar além de todos os nossos conceitos, filosofias, ideologias, religiões … pode haver um reconhecimento, uma ressonância, um saber. E esa mensagem é realmente sobre isso: um reconhecimento que está totalmente além da mente e além das palavras.
Você é perfeito como você é – até mesmo em sua imperfeição. A vida é perfeita como ela é, mesmo se você não puder ainda ver isso. Esta é uma viagem para dentro da sua própria ausência, uma ausência que finalmente se revela como a presença perfeita de tudo, como o lar que você sempre buscou, e que será e encontrará: Você escreveu essas palavras a si mesmo, para lembrar-se de que, no fundo, você sempre soube.
- Jeff Foster

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Vazio Cheio - Jeff Foster



"E o vazio não é um vazio frio, escuro e... vazio - mas um vazio rico, cheio e vivo, impregnado com infinitas possibilidades, saturado com... esta intimidade incompreensível que deveria, sem dúvida, ser impossível- e ainda assim, inegavelmente, é.

Nada não é "nada", não é a ausência das coisas, mas também a presença delas - portanto, nada é realmente tudo... de modo que tudo termina não em niilismo, mas em deslumbramento, em fascinação, no tipo de gratidão que parte o seu coração repetidamente.

Sim, tudo que resta é uma simplicidade crítica, que não pode ser ensinada, não pode ser formulada, transformada em algo concreto, sistematizada e, ao fim ao cabo, não pode nem mesmo ser nomeada - mas ainda assim, é tudo que existe, e tudo que sempre existiu, e tudo que é necessário ser, porque somente uma mente separada poderia querer mais."

Jeff Foster - em O Vazio cheio

sábado, 22 de outubro de 2011

Ser ator é a mais espiritual das profissões - OSH♥



Ser ator é a mais espiritual de todas as profissões, porque todo ator precisa viver um paradoxo: precisa identificar-se com o papel que está desempenhando, mas ainda assim deve permanecer um observador.

Atuando como Hamlet, você precisa estar completamente envolvido com a idéia de ser Hamlet, esquecer de si mesmo completamente durante sua atuação e, ainda assim, no mais profundo de seu ser, permanecer um espectador, um obseravdor. Se ficar completamente identificado com Hamlet, então terá problemas.

O verdadeiro ator precisa viver este paradoxo: atuar como se fosse de fato aquele personagem e, apesar disso, lá no fundo, saber que ele não é aquilo quer representa. É por isso que digo que atuar é a mais espiritual das profissões.

Osh♥

Fonte: palavrasdeosho.com

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Do que Nada se Sabe



A lua ignora que é tranquila e clara
E não pode sequer saber que é lua;
A areia, que é a areia. Não há uma
Coisa que saiba que sua forma é rara.
As peças de marfim são tão alheias
Ao abstracto xadrez como essa mão
Que as rege. Talvez o destino humano,
Breve alegria e longas odisseias,
Seja instrumento de Outro. Ignoramos;
Dar-lhe o nome de Deus não nos conforta.
Em vão também o medo, a angústia, a absorta
E truncada oração que iniciamos.
Que arco terá então lançado a seta
Que eu sou? Que cume pode ser a meta?

Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Balcão de Reclamações - Eckhart Tolle



Queixar-se é uma das estratégias prediletas do ego para se fortalecer. Cada reclamação é uma pequena história que a mente cria e na qual acreditamos inteiramente. Não importa se ela é feita em voz alta ou apenas em pensamento. Alguns egos que talvez não tenham muito mais com o que se identificar sobrevivem apenas com queixas. Quando estamos presos a um ego assim, reclamar, sobretudo de alguém, é algo habitual e, é claro, inconsciente, o que mostra que não sabemos o que estamos fazendo.

Eckhart T♥lle

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Kali, a negra mãe do tempo



Por ti Devi, este universo é gerado e nosso mundo criado
Por ti Devi, ele é protegido e no fim do tempo consumido
Pois tu és a força criadora, o escudo protetor e o poder destruidor
Que segue a inexorável passagem do tempo.
Devi Mahatmya

Mirella Faur

Kali Ma, a deusa ancestral hindu é venerada na Índia como um arquétipo de Devi, a Grande Mãe, de quem tudo se origina e para quem todos devem retornar. Apesar de Kali ser na verdade uma deusa Tríplice: da criação, preservação e destruição, é este seu ultimo aspecto que é mais conhecido e – para nós ocidentais – o mais difícil de compreender e aceitar, por parecer primitivo e atemorizador. Representada como uma Deusa negra, nua, com os dentes à mostra e a língua de fora, adornada por uma guirlanda de caveiras e dançando vitoriosa sobre o cadáver de Shiva, o seu consorte, Kali desafia a imagem estereotipada da Mãe Divina bondosa e amorosa e desperta nossos medos atávicos da morte e do desconhecido.

No entanto, se procurarmos conhecer seus símbolos, ultrapassando a dicotomia conceitual do bem e do mal, poderemos paulatinamente perceber toda a beleza, plenitude e grandiosidade de Kali como sendo a própria Mãe do Tempo, cuja eterna dança entre a vida e a morte nos leva da destruição para a regeneração. Uma vez compreendida sua força e seu poder transformador, Kali nos oferecerá a libertação de todos os medos – inclusive perante a morte –, livrando-nos assim dos apegos, das fantasias e das ilusões.

Observar e acatar a impermanência da vida significa aprender a difícil lição do desapego e da renúncia. A entrega é difícil, presos como estamos nas teias das ilusões, nas amarras dos apegos, na trama das compensações, que nos fazem cair novamente nas armadilhas das sensações. Acreditamos que não podemos – e nem sabemos – como renunciar, nos desapegar, mudar, deixar ir, fluir, pois para renascer, primeiro precisamos morrer. Morrer para que o velho ego dê lugar para um novo Eu, descobrindo assim a nossa verdadeira identidade e assumindo a responsabilidade pelas conseqüências das nossas ações. Como estamos vivendo na ”era de Kali” (segundo a cosmologia hindu) é do seu poder que necessitamos para dançar a dança da transformação – nossa e do mundo ao nosso redor.

Para as mulheres modernas, Kali oferece um arquétipo poderoso para despertar a sua combatividade, aprender a delimitar e defender seus espaços, lutar por seus anseios e objetivos e vencer os demônios dos medos. Reconhecendo a sombra da Mãe Terrível – em si e nos outros – elas também vão saber quando precisam usar a espada da destruição ou o lótus da compaixão.

Descobrir, aceitar, liberar e transmutar a raiva, admitir e libertar-se dos medos e das culpas, identificar e rasgar os véus das ilusões, são etapas necessárias para encarar as sombras, ultrapassar as limitações, trocar de pele e assumir o verdadeiro poder. Não o poder sobre os outros, mas o poder interior que mobiliza a vontade, quebra a inércia e liberta dos grilhões. Somente assim a mulher renascerá para uma nova compreensão e vivência do Sagrado em si, nos outros, na vida e no eterno feminino.

Meditando a respeito da sua feroz apresentação, descobriremos que a sua cor preta evoca o mistério do útero cósmico primordial e do silêncio regenerador da terra. Sua nudez revela a beleza e a singeleza da verdade. Nas mãos ela segura a espada da sabedoria que destrói as ilusões, a tesoura que corta os apegos e as dependências, a cabeça decapitada que recomenda libertar-se do controle pela mente racional e os jogos egóicos, o lótus que promete a expansão da consciência e a realização espiritual. A guirlanda de caveiras é formada pelo colar das existências passadas, amarradas pelo cordão umbilical dos nascimentos futuros. Dançando freneticamente sobre o corpo morto do seu consorte, Kali o reanima, transformando o cadáver (Shava em sânscrito) em Shiva – o deus da dança e do poder fertilizador. As serpentes que envolvem seus braços simbolizam a força transformadora de Shakti, o princípio feminino da sexualidade e da vida, transmitido ao Shiva pela dança de Kali.

Aceitando a idéia da necessidade do processo de destruição para limpar o velho e abrir espaço para o novo, é fácil compreender os amplos atributos de Kali, seja como uma deusa guerreira que usa suas armas com coragem e sem pena, seja como uma deusa mãe criadora e preservadora da vida, bem como a negra ceifadora que acompanha o eterno e imutável processo de decadência, decomposição e regeneração.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Morte Orgásmica - Osh♥


No Oriente, nós observamos a experiência de morte das pessoas. O modo como morrem reflete toda a vida delas e o modo como viveram.

Eu só preciso assistir à sua morte para poder escrever toda a sua biografia — porque, nesse momento, toda a sua vida está condensada. Nesse único momento, com um lampejo, você mostra tudo.

Uma pessoa infeliz morrerá com os punhos apertados — ainda segurando e agarrando, ainda tentando não morrer e não relaxar.

Uma pessoa amorosa morrerá com as mãos abertas, compartilhando... compartilhando a sua morte assim como compartilhou a vida. Você pode ver tudo escrito no rosto da pessoa como se ela tivesse vivido a vida totalmente alerta e consciente.

Se ela viveu, então em seu rosto haverá um brilho luminoso; em torno do seu corpo haverá uma aura. Você chega perto dela e sente o silêncio — não tristeza, mas silêncio. Se a pessoa morreu feliz e em total orgasmo, acontece até de você de repente se sentir feliz perto dela.

Isso aconteceu na minha infância; uma pessoa muito virtuosa morreu na minha aldeia. Eu era meio apegado a ela. Tratava-se do sacerdote de um pequeno templo, um homem muito pobre. Sempre que eu passava — e eu costumava passar lá duas vezes por dia; quando estava indo para a escola, que era perto do templo, eu passava — ele me chamava e sempre me dava uma fruta ou um doce.

Quando ele morreu, eu fui a única criança a ir vê-lo. Toda a cidade se reuniu. De repente eu não pude acreditar no que aconteceu — eu comecei a rir! Meu pai estava presente e tentou me fazer parar, porque ficou constrangido. A morte não é hora de rir. Ele tentou tapar a minha boca. Disse-me várias vezes para ficar quieto.

Eu nunca mais senti essa vontade outra vez. Desde então eu nunca mais a senti; nunca antes havia sentido — rir tão alto, como se algo belo tivesse acontecido. Eu não consegui me segurar; eu ri alto.

Todo mundo ficou zangado e me mandaram para casa. Meu pai me disse: "Nunca mais deixarei que você participe de nenhuma ocasião séria! Por causa de você eu estava até ficando constrangido. Por que estava rindo? O que aconteceu? O que há na morte para rir? Todo mundo estava chorando e se lamentando e você estava rindo!"

Eu disse a ele: "Algo aconteceu... o velho liberou algo que foi extremamente bonito. Ele morreu uma morte orgásmica". Não foram exatamente com essas palavras, mas eu disse ao meu pai que eu sentia que o sacerdote estava muito feliz morrendo, muito alegre e queria que rissem com ele. Ele estava rindo, a energia dele estava rindo.

Pensaram que eu estava louco. Como um homem pode morrer rindo? Desde então eu tenho observado muitas mortes e nunca mais vi nenhuma morte desse tipo.

Quando morre, você libera a sua energia e, com ela, a experiência de toda a sua vida. Seja como for que você tenha sido — triste, feliz, amoroso, raivoso, apaixonado, compassivo, seja o que for que tenha sido — essa energia carrega as vibrações de toda a sua vida.

Sempre que um santo morre, próximo a ele há uma grande dádiva; só o fato de ser banhado por essa energia já é uma grande inspiração. Você é transportado para uma dimensão completamente diferente. Você ficará entorpecido por essa energia e se sentirá inebriado.

A morte pode ser uma completa realização, mas isso só será possível se a vida foi vivida.

Osho, em "O Livro do Viver e do Morrer: Celebre a Vida e Também a Morte"

Fonte: palavrasdeosho.com

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A hipocrisia de responsabilizar Deus (por Marcelo Ferrari)


"Por que deus não resolve num big-click o que ele mesmo começou num big-bang? Afinal, deus é onipotente ou não é? Se é, está esperando o que? Será que na onisciência não passa o telejornal humano? Minha resposta é tão simples que parece mentira. Deus não faz nada por nós porque deus é nós. Coletivo de peixe é cardume. Coletivo de cidadão é povo. Coletivo de eu é d-eus. Deus é d-eus. É por isto que deus nunca irá fazer nada por nós. D-eus é coletividade. Aposentamos nossa responsabilidade numa palavra e estamos esperando esta palavra descer dos céus e fazer o que não temos coragem: assumir a responsabilidade por nosso comportamento e nossa realidade. Nossa realidade é nossa sonata, resultado do nosso comportamento sobre o piano coletivo. Se atualmente é samba de uma nota só, é porque insistimos em apertar a mesma tecla. Se mudamos nosso comportamento, mudamos a música (realidade). Mas que "nota só" é esta que temos perpetuado? É esperar que algum deus nos resolva. E qual é a outra opção? Resolvermos d-eus."

(Marcelo Ferrari)

domingo, 10 de julho de 2011

Não se preocupe com nada em relação aos outros (Osh♥)


Não se preocupe com coisa alguma com relação aos outros. Mas isso é o que você continua fazendo. Noventa e nove por cento das coisas que você pensa estão relacionadas com os outros.

Abandone-as, e faça isso imediatamente! Sua vida é curta e sua vida está escapulindo pelas suas mãos. A cada momento você é menos, a cada dia você é menos, e a cada dia você está menos vivo e mais morto! Cada aniversário do nascimento é um dia morto, mais um ano se passou pelas suas mãos.

Seja um pouco mais inteligente. Não se preocupe com nada em relação aos outros. Dê prioridade para lidar com o problema que for maior. Gurdjieff costumava dizer para seus discípulos – a primeira coisa, a primeira coisa mesmo, “Descubra qual é a sua principal característica, seu maior problema, sua característica central da inconsciência”.

Em cada um é diferente. Alguém é sexualmente obcecado. Num pais como a Índia, onde por séculos o sexo tem sido reprimido, isso se tornou quase que uma característica universal; todos são obcecados pelo sexo. Alguém é obcecado pela raiva e outro é obcecado pela ambição.

Você precisa observar qual é a sua obsessão básica. Primeiro encontre a principal característica sobre a qual repousa todo o edifício de seu ego. E depois permaneça constantemente cônscio disso porque isso só pode existir se você estiver desatento. Isso é automaticamente dissolvido no fogo da consciência.

E lembre-se, lembre-se sempre, que não é para você cultivar o oposto disso. Senão, o que acontece é que a pessoa se torna consciente de que, ‘Minha obsessão é a raiva, que devo fazer então? Devo cultivar a compaixão’. ‘Minha obsessão é sexo, que devo fazer então? Devo praticar brahmacharya, o celibato.

As pessoas se movem de uma coisa para o seu oposto. Esse não é o caminho da transformação. É o mesmo pêndulo, movendo-se da esquerda para a direita, da direita para a esquerda. E é assim que sua vida tem estado se movendo por séculos; é o mesmo pêndulo.

O pêndulo precisa parar no meio. E esse é o milagre da conscientização. Apenas fique cônscio de que, ‘Essa é a principal armadilha, esse é o lugar onde sempre tropeço, essa é a raiz da minha inconsciência’. Não tente cultivar o oposto disso, mas derrame toda sua consciência nisso.

Crie uma grande fogueira de consciência e isso será queimado. E assim o pêndulo para no meio. E com a parada do pêndulo, o tempo cessa. Você subitamente penetra no mundo da intemporalidade, imortalidade, eternidade.

Fonte: palavrasdeosho.com

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Perder uma ilusão nos torna mais sábios do que encontrar uma verdade."
Karl Ludwig Börne
;)

domingo, 5 de junho de 2011

A caminho do céu?


Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão – felizes! – num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante…

A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,

A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente

Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?…"
Morrer mais completamente ainda,
Sem deixar sequer esse nome.



(Manuel Bandeira)

domingo, 29 de maio de 2011

INcompreensão - Osh♥



Osho, por que você é tão mal compreendido em toda parte?

Esta é a maneira da humanidade progredir. Sempre que alguém diz algo contra a tradição, contra o sistema estabelecido – político ou religioso – é muito provável que ele seja mal compreendido. Mas isto não é algo novo.
Você pode dar uma olhada no passado, o mais longe possível, e sempre encontrará algumas pessoas sendo mal compreendidas. Mas são aquelas pessoas que trouxeram para você a civilização e a cultura. Você deve a sua consciência e crescimento àquele pequeno grupo de pessoas.
Sócrates foi mal compreendido. Nós não sabemos quem foram as pessoas que o compreenderam mal, nem sabemos quem foram os juizes que pronunciaram sua sentença de morte. Todos eles foram esquecidos. Mas o nome de Sócrates permanecerá até quando houver um último ser humano sobre a terra, pela simples razão que ele se levantou sozinho contra toda a multidão, contra toda a velha mente tradicional e supersticiosa.
É fácil matar um homem como Sócrates, mas é difícil matar o seu espírito, é absolutamente impossível destruir seus argumentos.
Sócrates foi envenenado, mas seus argumentos e sua declaração a respeito da verdade ainda permanecem e têm sido adotados. Pouco a pouco a verdade chega aos corações dos homens. Isso leva tempo - as tradições são muito profundas. Elas têm raízes que se extendem pelo passado, e além disto, os interesses ocultos estão com o poder político, com as instituições religiosas, e naturalmente temos medo de que eles possam destruir-nos. É melhor estar com eles, pois é perigoso estar com um homem como Sócrates ou Goutama Buda.
Eu sou mal compreendido em toda parte. E eu não acho que isto seja de maneira alguma desrespeitoso para mim. Isto é um elogio. Quanto mais amplamente eu for mal compreendido, melhor. Certamente Sócrates não foi tão amplamente mal compreendido – ele foi mal compreendido apenas em Atenas. Goutama Buda foi mal compreendido apenas em Bihar.
Eles não foram tão afortunados quanto eu. Eu sou mal compreendido por todo o mundo. Comigo tem início uma nova era de incompreensão se tornando tão ampla. Mas junto com isto existe também uma grande esperança. Se existem tantas pessoas que me compreendem mal, existem milhões de pessoas que me amam também.
Aqueles milhões que me amam, que me compreendem, podem estar silenciosos – é por isto que você só ouve as vozes que estão contra mim. Isto tem que ser entendido, isto faz parte da psicologia humana.
O amor é sempre silencioso.
Quanto mais você ama, fica mais difícil dizer alguma coisa. Talvez as pessoas positivas simplesmente sintam a simpatia, mas não conseguem encontrar as palavras para expressar. As pessoas negativas falam alto, elas fazem muito barulho. Esta é a natureza da negatividade – ela é alta e barulhenta, e cria uma situação em que uma pessoa negativa dá a sensação de que existem milhares de pessoas negativas.
Vocês estão aqui me ouvindo – eu poderia perguntar quem está me compreendendo mal? Simplesmente levantem suas mãos e eu poderei ver a porcentagem...
É apenas uma confusão, a de que existem mais pessoas que me compreendem mal do que as que me amam e me compreendem. Trata-se apenas de que os que amam estão sempre silenciosos, eles não precisam dizer coisa alguma. Aos poucos o barulho da negatividade irá morrer e a verdade irá vencer.
Se o que eu estou dizendo é verdadeiro, então não é preciso ficar preocupado, isto irá vencer.
Se eu estou dizendo algo que não é verdadeiro, então também não é preciso se preocupar, pois isso irá fracassar por si mesmo.
Em qualquer caso não há necessidde de estar preocupado. Talvez eu seja a única pessoa em toda a história da humanidade que tenha lutado contra tantas tradições – cristianismo, hinduismo, islamismo, budismo, jainismo, comunismo, socialismo, nazismo... Ninguém tem sido contra tudo isto. Naturalmente eu criei uma tremenda soma de antagonismo naquelas pessoas cujos poderes estão correndo riscos, elas ficam com medo. Elas compreendem o que eu estou dizendo; elas não estão me compreendendo mal.
A situação é totalmente diferente. Quando Jesus foi crucificado ele disse para Deus; ‘Pai, perdoai estas pessoas que estão me crucificando porque elas não sabem o que estão fazendo.
Comigo a situação é diferente. Naturalmente, em dois mil anos o homem tornou-se mais inteligente. Eu não posso dizer, ‘Perdoe-os porque eles não sabem o que estão fazendo.’ Eu direi. ‘Perdoe-os, mas eles sabem o que estão fazendo. Eles compreendem perfeitamente, não existe a questão de má compreensão.’
Um bispo cristão veio me ver dizendo, ‘Por que você é contra o cristianismo?’
Eu disse, ‘Não existe essa questão de que eu seja contra todo mundo. Eu sou contra tudo o que é velho e podre e você não é uma exceção. Vocês têm dois mil anos de idade e já é tempo de ceder o lugar para alguma coisa nova.’
Ele trouxe uma bíblia e me deu de presente. Eu disse, ‘Se você me der como presente, eu receberei agradecidamente. Mas eu gostaria de lhe dizer que este é talvez o livro que tenha mais mentiras que qualquer outro – não apenas mentiras, mas quinhentas páginas de completa pornografia. Se eu lhe mostrar as páginas, você não será capaz de lê-las diante de seus filhos e filhas. E ainda assim você continua chamando-o de bíblia sagrada. Eu não posso chamá-lo de bíblia sagrada – se isto é sagrado, então nada existe de profano no mundo.
Naturalmente ele se sentiu ofendido. Ele não tinha respostas. Ele não conseguiu me responder. Eu disse, ‘Você consegue me mostrar que não existe pornografia? Você sabe perfeitamente que ali existe pornografia, pois todos os bispos e padres evitam aquelas páginas quando vão ler os sermões em suas igrejas. Todos eles conhecem aquelas páginas – e elas não são poucas, são quinhentas páginas. Assim, você não pode negar isto. Mas eu posso ver a raiva em sua face. Agora você irá tentar criar alguma mentira contra mim, para criar conceitos errados nas mentes das pessoas. Você não dirá a verdade, mas por quanto tempo você conseguirá escondê-la. Eu vou publicar a Bíblia Profana – exatamente com quinhentas páginas de pornografia, ilustradas, assim todo mundo poderá saber que este livro precisa ser banido de todos os paises, de todas as igrejas, de todas as bibliotecas, de todas as universidades; e que este livro não é para ser considerado sequer como religioso. Mas este é o livro que está sendo livremente distribuído por todo o mundo, e ninguém levanta uma voz.
Assim, sempre que você diz alguma coisa, isto fere os conceitos das pessoas, isto destrói suas ilusões, isto golpeia as próprias raízes dos interesses ocultos, porque se bíblia não é sagrada, então todas as igrejas não têm sentido. Então o papa não representa Deus, então todo o edifício do cristianismo se desmonta. Naturalmente eles irão fazer tudo para proteger seus interesses.
Justamente ontem, eu recebi uma informação da Itália – porque eu estava indo do Nepal diretamente para Roma. Eu desafiei o papa muitas vezes, mas ele é um covarde. Por fim, eu pensei que seria melhor eu ir a Roma e desafiá-lo para um debate público, assim ele poderia provar que este livro é sagrado. E se ele não conseguisse provar, nós poderíamos fazer uma fogueira com esta bíblia na própria cidade do Vaticano – ‘Você deveria renunciar ao seu posto e dissolver toda essa tolice de cristianismo que se baseia neste livro.’
Justamente ontem eu recebi a informação de que o papa instruiu todos os jornais, revistas e rádios que estão sob o seu poder ou sob alguma outra influência cristã, no sentido de que nada deveria ser dito a meu respeito se eu fosse para a Itália. – nem positivo nem negativo – ‘porque esse homem leva vantagem em ambas as situações.’ Seja você contra ou a favor, não interessa.
Agora eu posso ver que este homem me compreende; e não que me compreende mal. Ele entendeu uma coisa: que mesmo a publidade negativa contra mim, acabará me ajudando, porque a verdade está comigo.
Suas instruções não são negativas nem positivas: nenhuma publicidade deve ser dada. Mas ele não entende que a primeira coisa que eu farei na Itália será um comunicado à imprensa: ‘Toda imprensa que não escrever a meu respeito – positiva ou negativamente – simplesmente é um fantoche nas mãos do papa. Vocês venderam a sua inteligência. Por apenas algumas rúpias, vocês se tornaram escravos. Vocês nada podem informar. E eu não estou dizendo informar a meu favor; eu estou dizendo informar o que quer que vocês queiram – pode ser contra mim, nada me prejudica.’
Ainda que alguém leia algo contra mim, ele começará a pensar a meu respeito. Ele pensará, ‘Por que tem tanta gente escrevendo contra um homem?’ Ele irá à biblioteca, ele olhará nas livrarias, ele encontrará algum livro e tentará me compreender...
Eu chamei a mim mesmo de o homem que influencia pessoas e cria inimigos – mas tais inimigos são de grande ajuda.
A Existência tem um certo equilíbrio. Se eu posso criar milhões de inimigos, então é provável que milhões de amigos sejam criados. A Existência nunca perde o equilíbrio. E existem coisas que têm que ser ditas. O tempo está maduro. Nós não podemos continuar a esconder mentiras atrás de belas teorias. Elas têm que ser expostas – esta é a única maneira de se criar uma humanidade. .
Se o hinduismo, o cristianismo, o judaísmo, o budismo e todas as religiões pudessem ser expostos claramente para você – que talvez Buda estivesse certo, talvez Patanjali estivesse certo... Mas as pessoas que os seguiram, corromperam toda a tradição deles, chegaram no ponto de ir contra eles.
Goutama Buda disse antes de morrer, ‘Não façam estátuas de mim, não me adorem. Simplesmente sigam o caminho que mostrei a vocês.’ Mas ninguém seguiu o caminho. Existem mais estátuas de Buda do que de qualquer outra pessoa. Este é um mundo estranho: o homem que disse, ‘Não façam minhas estátuas’, tem mais estátuos no mundo que qualquer um outro.
Na China existe um templo com dez mil estátuas de Buda. Apenas um templo... E existem milhares de templos por toda a Ásia. Ninguém está se preocupando em seguir o caminho, todo mundo está adorando. E adorando um homem que proibiu esta prática. Esta foi a sua última mensagem.
Se nós pudéssemos trazer a verdade até a inteligência das pessoas... Todas essa tradições que foram desenvolvidas e que se tornaram parasitas explorando o ser humano de todas as maneiras possíveis... Não se consegue fazê-los parar. A única maneira de fazê-los parar é tirando o próprio chão debaixo de seus pés. Desta maneira a verdade não iria sofrer e nós poderíamos estar mais próximos. Hindus e muçulmanos, cristãos e budistas poderiam descobrir que a verdade básica deles é uma, e que eles têm estado brigando desnecessariamente só porque os chefes religiosos querem que eles briguem, lutem, matem uns aos outros. Eles são beneficiados ao manter o povo separado e dividido.
Religião poderia se tornar um fenômeno tremendamente belo se os sacerdotes desaparecessem. Na verdade esses chefes religiosos constituem um fenômeno muito feio. Numa coleção de romances existencialistas, um homem super rico, no século vinte e um, manda seu criado fazer amor com sua esposa. Um amigo está presente e fica chocado com isto e diz, ‘O que você está fazendo?’ Ele responde, ‘Eu sou tão rico que posso proporcionar a um criado fazer tais coisas.’
Quando li isto, eu me lembrei dos sacerdotes: é o que eles estão fazendo, estão fazendo preces por você, porque podem lhe proporcionar isto. O que é prece senão o amor, o amor para com o absoluto. E você aceitou um agente entre você e a realidade absoluta. Isso parece ser mais barato. Você pode continuar fazendo o seu trabalho e alguma outra pessoa vem e faz a adoração em seu lugar. E você nunca pensou no quanto é feia esta coisa?
Eu costumava me hospedar na casa de um homem muito rico em Jaipur. Ele tinha um pequeno templo em sua casa. Eu nunca o vi indo ao templo. Eu lhe perguntei, ‘Por que você fez este belo templo?’ Ele respondeu, ‘Eu o fiz para adorar Deus.’ ‘Mas’ eu disse ‘você nunca vai lá.’ Ele respondeu, ‘Eu não preciso ir, pois eu tenho um sacerdote. Eu lhe dou cem rúpias por mês apenas para adorar por uma hora. Ele está fazendo o meu trabalho, pois eu não posso desperdiçar uma hora em adoração. Para mim uma hora é muito tempo. Em uma hora, eu posso fazer milhões aqui e ali.’
E aquele homem sentia que estava satisfazendo suas necessidades religiosas. Eu lhe disse, ‘Você está tentando enganar até mesmo a realidade. É melhor destruir este templo. Pelo menos você não estará enganando ninguém. Se você não pode adorar, não adore, mas pelo menos não traga criados para fazê-lo.’
Ele ficou chocado e um pouco raivoso comigo. Mas na vez seguinte quando eu fui lá, ele estava adorando. E ele disse, ‘Eu tive que lidar com uma grande raiva que surgiu contra você, mas por fim eu vi a verdade. Perdoe-me por ter ficado com raiva. Eu ainda dou cem rúpias ao sacerdote porque não foi culpa dele. Ele não deve sofrer por isto, mas eu farei adoração uma hora todos os dias. E estes poucos meses em que eu tenho adorado, tem sido de uma grande paz e silêncio para mim, como eu nunca havia sentido.’
‘Foi bom que você não tenha deixado as coisas permanecerem como eram. Muitos amigos se hospedaram aqui, mas ninguém jamais havia me dito aquilo. Todo mundo dizia, ‘Este é um belo arranjo’ que você fez. Eles valorizavam o que eu tinha feito. Você foi a única pessoa que me criticou, e criticou fortemente.’
É verdade que na primeira vez que as pessoas me encontram, elas sentem que eu estou tirando alguma coisa valiosa delas. Mas eu não estou tirando qualquer coisa valiosa de vocês. Eu estou tirando apenas as mentiras que estavam ali por muito tempo e nas quais vocês acreditaram. E uma vez que as mentiras desaparecem, a verdade não está muito distante.
A verdade está dentro de vocês.
Apenas abandonem todas as suas mentiras e superstições, e a verdade será revelada. Você não terá que ir a lugar algum para encontrá-la. Simplesmente permaneça em sua sinceridade e autenticidade. Abandone tudo que sente que não é a sua própria experiência e você ficará surpreso com o tesouro que irá encontrar dentro de si, com a fonte de alegria, com a liberdade e com o grande insight sobre os mistérios mais internos da vida.
Eu continuarei golpeando vocês, o mais duro que eu puder, até meu último suspiro, porque eu os amo e eu quero que vocês conheçam a verdade. Sem conhecê-la, a vida é um desperdício.

OSHO – The Sword and the Lotus – Capítulo 8
Tradução: Sw. Bodhi Champak


domingo, 22 de maio de 2011

Existe apenas um vácuo... (Osh♥)

“Eu sou quem quer que você pense que eu sou, porque isso depende de você. Se você olhar para mim num vazio total, eu serei de uma maneira. Se olhar para mim com idéias na mente, essas idéias vão me colorir. Se se aproximar de mim com preconceito, então serei de outra maneira. Eu sou apenas um espelho. A sua face será refletida nele. Assim, depende da maneira como me olha. Eu desapareci completamente portanto, não posso impor a você quem sou. Nada tenho para impor. Existe apenas um vácuo, um espelho. Agora você tem completa liberdade. Se quiser realmente saber quem sou, você precisa estar tão absolutamente vazio quanto eu. Desse modo, dois espelhos estarão um diante do outro, e só o vazio será refletido. Um vazio infinito será refletido: dois espelhos se olhando. Mas se existir em você alguma idéia, então você verá sua própria idéia em mim.”
(Osho)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Você e a sua história - Chuck Hillig



Você não pode mover-se em direção à Consciência ou afastar-se da Consciência.

Na verdade, "você" não pode sequer se "mover", porque a sua vida é apenas uma história melodramática que a Consciência vem contando para Si mesma.

E a sua única escolha é se você quer ou não acreditar na validade da sua história.

Como sempre, o ego quer dizer com orgulho: "Esta é a minha história e estou preso a ela."

Na verdade, uma vez que você e a sua história começam simultaneamente, a sua história também está presa a você!

Portanto, sem essa perspectiva histórica de sua história temporal, "você" não é realmente "nada".

Na verdade, ser "nada" pode não ser uma má idéia.

Chuck Hillig

Fonte: http://ninuemlune.blogspot.com/

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O abandono não é necessário


"Ninguém precisa abandonar a sua vida, raspar a cabeça, vestir um manto amarelo e sair por aí recitando sutras. Não é preciso abandonar a família, parar de trabalhar ou ir para uma cabana na selva ou na montanha. É preciso apenas perceber que as coisas são passageiras e que tudo o que se pode obter nesta vida também se pode perder.
Não se pode agarrar nas coisas ou nas pessoas, pois elas são impermanentes, e o apego a elas é uma fonte constante de dor."

(Heródoto Barbeiro)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Uma raiz em cada ato e criatura - Hafiz (1315 - 1390)


Os olhos do sol estão pintando campos novamente.
Suas chicotadas com golpes precisos
são arrebatadoras através da terra.

Uma grande paleta de luz abraçou esta terra.

Hafiz, se apenas um pouco de argila e água
Misturados na tigela Dele
Pode produzir tais requintados aromas, vistas,
Músicas e formas rodopiantes,

Que maravilhas indizíveis devem aguardar com
O começo da revelação
Do infinito número de pétalas
Que é a alma.

Que emoção irá renovar o seu corpo
Quando todos começarmos a ver
Que o coração Dele reside em Tudo?

Deus tem uma raiz em cada ato e criatura
das quais Ele extrai sua misteriosa vida Divina.

Os olhos Dele estão pintando campos novamente.

O amado com Suas próprias mãos está cuidando,
Emergindo como uma criança preciosa,
Ele mesmo em você.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Violência - Osh♥




Durante milhares de anos temos trabalhado para fazer deste planeta um grande hospício, e infelizmente conseguimos.

Em toda parte as mesmas coisas se repetem: as pessoas estão se matando umas às outras, há violência pelo simples motivo que nós, de maneira muito sutil, não permitimos que as pessoas usem suas energias de formas criativas.

E, sempre que as energias criativas são bloqueadas, tornam-se destrutivas.

A violência não é o verdadeiro problema. O verdadeiro problema é como ajudar as pessoas a serem criativas. Uma pessoa criativa não pode ser violenta porque suas energias estão se movendo em direção ao divino. Então você não pode ser violento, não pode ser destrutivo; isso é impossível.

Contudo, por milhares de anos destruímos todas as portas possíveis para a criatividade. Em vez de ajudar as pessoas a serem criativas, nós as treinamos para serem destrutivas. Guerreiros, soldados: nós os respeitamos demais.

Precisamos de amantes, não de combatentes. Mas o amor é condenado e a violência valorizada. É mais fácil brigar com uma pessoa e decidir quem está certo. A lei do mais forte — a lei da selva continua valendo.

Dizemos que os homens são civilizados... Eles ainda têm que se tornar civilizados. Essa é apenas uma ideia que ainda não foi concretizada. Os homens são civilizados apenas superficialmente, é apenas uma camada de verniz.

Basta arranhar essa superfície e você irá encontrar o animal por baixo — uma besta feroz, muito mais feroz que qualquer animal selvagem.

Nenhum animal, por mais selvagem que seja, usa bombas — bombas atômicas, bombas de hidrogênio. Comparado aos homens e à sua violência, qualquer animal fica muito aquém.

Osho, em "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"

Fonte: palavrasdeosho.com

terça-feira, 29 de março de 2011

Cresça e Floresça - OSH♥


Pergunta a Osho:

Parece-me que os seres humanos sentem que ser eles mesmos não é suficiente. Por que a maioria das pessoas tem tal compulsão para atingir o poder e o prestígio, em vez de apenas ser simples seres humanos?

Essa é uma questão complicada. Ela tem dois lados, e ambos têm de ser entendidos. Primeiro: você nunca foi aceito por seus pais, professores, vizinhos e pela sociedade como você é.

Todos tentaram modificá-lo, torná-lo melhor. Todos apontaram as falhas, os equívocos, os erros, as fraquezas e as fragilidades que todos os seres humanos estão sujeitos a ter. Ninguém enalteceu sua beleza, sua inteligência; ninguém enalteceu sua grandeza.

Só o fato de estar vivo já é um presente, mas ninguém jamais disse para estar grato à existência. Pelo contrário, todos estavam amargurados, reclamando.

Naturalmente, se tudo o que cerca sua vida desde o início vai lhe mostrando que você não é o que deveria ser, vai lhe dando grandes ideais que você deve seguir, que você deve atingir, seu ser nunca é louvado. O que é louvado é seu futuro, se você puder se tornar alguém respeitável, poderoso, rico, intelectual, de alguma forma famoso, e não um simples zé-ninguém.

O constante condicionamento criou em você a ideia de que "eu não sou suficiente como sou, alguma coisa está faltando. E tenho de estar em algum outro lugar, não aqui. Não é neste lugar que eu deveria estar, mas em algum outro lugar mais alto, mais poderoso, mais dominante, mais respeitado, mais bem conhecido".

Essa é a metade da história, que é feia, e não deveria ser assim. Isso pode ser simplesmente removido se as pessoas forem um pouco mais inteligentes como mães, como pais, como professores.

Vocês não devem corromper as crianças, sua auto-estima, sua aceitação de si mesmas; devem ajudá-las a crescer. Do contrário, vocês serão um obstáculo ao crescimento. Essa é a parte feia, mas é a parte simples. Ela pode ser removida, porque é muito simples e lógico perceber que você não é responsável pelo que é, foi a natureza que o fez assim. Agora, chorar desnecessariamente sobre o leite derramado é pura estupidez.

Mas a segunda parte é tremendamente importante. Mesmo que todos esses condicionamentos sejam removidos, que você seja desprogamado, que todas essas ideias sejam retiradas de sua mente — ainda assim você vai sentir que não é suficiente; mas essa será uma experiência totalmente diferente. As palavras serão as mesmas, mas a experiência será diferente.

Você não é suficiente porque pode ser mais. Não será mais uma questão de se tornar famoso, respeitável, poderoso, rico. Essa não será mais sua preocupação. Sua preocupação será a de que o seu ser é apenas uma semente.

Ao nascer você não é como uma árvore; você nasce apenas como uma semente, e tem de crescer até o ponto em que floresça; e esse florescimento será seu contentamento, sua realização.

Esse florescer não tem nada a ver com poder, com dinheiro, com política. Tem algo a ver com você; é um progresso individual. E, para isso, o outro condicionamento é um obstáculo, uma distração; é um mau uso do desejo natural de crescer.

Cada criança nasce para crescer e se tornar um ser humano completo, com amor, com compaixão, com silêncio. Ela tem de se tornar uma celebração em si mesma. Não é uma questão de competição, nem mesmo uma questão de comparação.

Mas o primeiro condicionamento o distrai devido à necessidade de crescer, à necessidade de se tornar mais, à necessidade de expandir, que é utilizada pela sociedade, pelos interesses estabelecidos.

Eles distorcem tudo. Enchem sua mente de tal maneira que você passa a pensar que essa necessidade é a de ter dinheiro, que essa necessidade significa estar no topo todos os dias, na educação, na política. Onde quer que você esteja, tem de estar no topo: menos que isso e você sentirá que não está fazendo algo bem, sentirá um profundo complexo de inferioridade.

Todo esse condicionamento produz um complexo de inferioridade porque visa a torná-lo superior, superior aos outros. Ele ensina a competição, a comparação, ensina a violência, a luta. Ensina que os meios não importam, o que importa são os fins — o sucesso é a meta. E isso pode ser facilmente realizado porque você já nasce com uma necessidade de crescer, com uma necessidade de estar em outro lugar.

Uma semente precisa fazer uma longa viagem até se transformar em flor. É uma peregrinação. A necessidade é bela. Ela lhe é dada pela própria natureza. Mas a sociedade, até agora, tem sido muito esperta; ela altera, desvia, distorce seus instintos naturais em algo de utilidade social.

Esses são os dois lados que lhe dão a sensação de que, onde quer que você esteja, algo está faltando; você quer ganhar algo, alcançar algo, tornar-se um realizador, um alpinista.

Agora, é preciso ser inteligente para perceber qual é sua necessidade natural e o que é o condicionamento social. Corte o condicionamento social — é tudo porcaria —, de forma que a natureza permaneça pura, não poluída.

E a natureza é sempre individualista. Você crescerá e florescerá, e poderá ter muitas rosas. Alguns podem crescer e se tornar margaridas. Você não é superior porque tem rosas; ele não é inferior porque tem margaridas. Ambos floresceram, esse é o ponto; e esse florescimento traz um profundo contentamento.

Todas as frustrações, todas as tensões desaparecem; uma profunda paz prevalece sobre você, a paz que ultrapassa o entendimento. Mas primeiro você deve eliminar completamente a porcaria social; de outra forma ela o distrairá.

Osho, em "Dinheiro, Trabalho, Espiritualidade"
Fonte: palavrasdeosho.com

terça-feira, 22 de março de 2011

"Não posso mais viver comigo" E. TOLLE


“Não posso viver mais comigo”. Este era o pensamento que se repetia constantemente na minha mente. De repente me dei conta da sua peculiaridade: “Sou um ou dois?” Se eu não posso viver comigo, devem existir dois “eu”: O “Eu” que não pode viver mais com ele “mim”. “De repente”, pensei, só um deles é real.”

“Fiquei tão atônito por esta estranha compreensão que a minha mente parou. Estava completamente consciente, porém não tinha mais pensamentos. Então me vi arrastado pelo que parecia ser uma voragem de energia… Escutei as palavras “não faça resistência a nada” como se tivesse saído do meu peito…. Não lembro o que aconteceu depois”.
(E. Tolle)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Na terra do "eu sei" MOOJI

"Na terra do "eu sei" existe sempre competitividade, inveja, pretensão, orgulho e arrogancia. É um reino agressivo - o reino do ego. Então, eu digo, rejeite a cidadania desse reino. Na terra do "eu não sei", os habitantes se movem e são naturalmente quietos, felizes e em paz.
Os sábios moram aqui."
Mooji

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Homossexualidade - Osh♥


Você está atraída por mulheres: perfeitamente bem. Vá fundo no relacionamento com mulheres. Se você criar uma ansiedade disso, você não será capaz de ir fundo no relacionamento com uma mulher. Se você se aprofundar no relacionamento com mulheres, meu entendimento é que mais cedo ou mais tarde você irá descobrir que esse relacionamento não pode ser muito realizado, porque duas mulheres são semelhantes. E um relacionamento precisa de uma certa tensão para ser realizado, uma certa polaridade para ser preenchido. Duas mulheres apaixonadas, ou dois homens apaixonados, terão um bom relacionamento, isso porém, não será muito apimentado. Será um pouco triste, monótono, um pouco enfadonho.

Mas se você for fundo, só então você ficará ciente dessas coisas. Sua ansiedade não lhe permitirá ir fundo, e então por toda sua vida você permanecerá interessada e atraída por mulheres.

Minha abordagem sobre todos os problemas é que se alguma coisa está lá, vá fundo nisso, desse modo, ou você encontra o tesouro, se houver algum tesouro, ou você descobre que está vazio. Em ambos os casos você fica enriquecida. Se você encontrar o tesouro, é claro que você enriquece. Se você descobre que está vazio, você acaba com isso.

Duas mulheres relacionando-se não podem ter um caso de amor muito grande. Irá permanecer no térreo; não irá ter alturas e não terá profundezas. Então as pessoas que temem as alturas e as profundezas o acharão muito confortável, conveniente. Daí os homossexuais serem chamados de "gays". Eles parecem alegres, eles parecem mais alegres do que os heterossexuais.

Os heterossexuais estão sempre criando tumulto - mais conflito, mais luta, menos entendimento. Está fadado a ser assim, porque duas mulheres podem entender uma a outra muito melhor do que um homem e uma mulher entender um ao outro. Dois homens podem entender um ao outro melhor porque eles são do mesmo tipo, mas o brilho estará faltando. Sim, uma certa alegria estará lá, mas não muita poesia, não muito romance - suave. O relacionamento será homeopático. Não terá aventuras, surpresas: certo, seguro, mais compreensão, menos conflito, menos aborrecimento.

Com um homem e uma mulher existem problemas. problemas de desentendimentos. Eles vivem em mundos totalmente diferentes; eles são dois diferentes pólos de consciência. A mulher pensa intuitivamente, o homem pensa intelectualmente, por isso não há nenhum encontro.

Aprofunde-se tanto quanto possível em seu relacionamento com mulheres - não se preocupe. Logo você irá ver que existe um tipo diferente de relacionamento que só pode existir entre opostos polares. Então vá fundo para um relacionamento com um homem porque somente se aprofundando num relacionamento com um homem você será capaz de saber que todos os relacionamentos fracassam. Mesmo o relacionamento homem/mulher falha; nunca lhe traz o contentamento que promete.

Só através da sua própria experiência - não pelo que Buddha diz, não pelo que eu digo... só através da sua própria experiência, um dia você será capaz de ir além de todos os relacionamentos. Desse modo você pode ser feliz sozinha. E a pessoa que pode ser feliz sozinha é realmente um indivíduo. Se sua felicidade depende do outro, você é um escravo; você ainda não está livre, você está em escravidão.

Quando você for feliz sozinha, quando você puder viver consigo mesmo, não haverá nenhuma necessidade intrínseca de estar em relacionamento. Isto não quer dizer que você não irá se relacionar. Relacionar-se é uma coisa, e estar num relacionamento é coisa bem diferente. Relacionamento é um tipo de escravidão, relacionar-se é compartilhar. Você irá se relacionar com muitas pessoas, você irá partilhar sua alegria com muitas pessoas, mas você não irá depender de ninguém em particular e você não irá permitir ninguém mais depender de você. Você não irá ser dependente, e você não permitirá que ninguém seja dependente de você. Assim você vive da liberdade, da alegria, do amor.

Osho - Be Still and Know

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O fanatismo é a doença sagrada - OSH♥


Quando alguns visitantes
inesperadamente encontraram Heráclito
se aquecendo ao fogo,
eu lhes disse:
Os deuses também estão aqui.
Eu mesmo procurei.
O tempo é uma criança
Movendo as pedras de um jogo;
o poder régio é o de uma criança.
O fanatismo é a doença sagrada.

Há duas maneiras de procurar a verdade: uma é emprestar conhecimento, a outra é procurar por si mesmo.

É claro, emprestar é fácil, mas tudo o que você empresta nunca é seu, e o que não for seu não pode ser verdadeiro. Essa condição precisa ser satisfeita; a verdade precisa ser sua.

Posso ter conhecido a verdade, mas não posso transferi-la a você. No próprio ato de transferi-la, ela passa a ser uma mentira. Essa é a natureza da verdade.

Desse modo, ninguém pode lhe dar a verdade e você não pode emprestá-la, não pode roubá-la, não pode comprá-la — você precisa conhecê-la por você mesmo.

E, a menos que você próprio a experimente, seu conhecimento não é um saber — ele é um esconderijo para a sua ignorância. Você está se enganando e está completamente mal orientado.

Osho, em "A Harmonia Oculta: Discursos Sobre os Fragmentos de Heráclito"

Fonte: palavrasdeosho.com

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A linguagem esquecida - Osh♥



Sentir é a linguagem, a linguagem esquecida. Se você compreender o sentir, você compreende o todo.

Dizem que Lukman, um dos homens mais sábios que já existiu – ele é o fundador da medicina Yunani – que ele se aproximava das plantas, dos arbustos e árvores, sentava lá, as sentia, e perguntava pra elas, “Em que você pode ser usada? Qual doença você pode ajudar a curar?” Dizem que ele descobriu milhões de ervas, apenas sentindo-as. A erva diria, “Será bom se você me usar na tuberculose; eu posso ajudar".

Isso parece um mito, ficção. Contudo os cientistas têm estado confusos: se isso for uma ficção, então como Lukman veio a saber?... Porque tudo que ele conheceu foi provado como sendo correto por todos os experimentos científicos.

E nenhum laboratório como os que existem hoje existia então; não com instrumentos tão refinados, de jeito nenhum! Se isso for uma ficção, então surge um grande problema: Como ele veio a saber? E não somente uma ou duas ou uma centena de ervas... mas milhões!

Se ele estivesse experimentando com instrumentos rudimentares, então isso teria demorado pelo menos dez ou vinte mil anos para ele descobrir tudo aquilo. Isso parece ser mais irreal. A primeira lenda parece estar mais próxima da realidade... a de que ele perguntou.

A mesma história também existe na Índia. Ayurveda, a medicina indiana, é baseada no mesmo segredo. Esses segredos foram revelados pelas próprias plantas. Mas então uma linguagem é necessária, uma linguagem que seja universal e não local, para a humanidade.

Sentir é essa linguagem. Grego ou árabe ou sânscrito não servirão. Nenhuma linguagem originada na mente é linguagem divina. Não, a linguagem divina tem sua origem no coração. Sentir é a linguagem.

Se você começar realmente a sentir e seu coração começar realmente a pulsar com sentimento, você pode perguntar a uma árvore e uma árvore está sempre pronta para revelar seus segredos. Você pode perguntar a uma ave, e a ave está pronta para revelar seus segredos. Você pode perguntar à existência e a existência está pronta para revelar seu coração.

Osho, em "Just Like That"
Fonte: Osho.com

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vivencie DiretaMente as emoções - GANGAJI




"As perguntas que me fazem com mais freqüência referem-se às emoções. Muita gente procura livrar-se de emoções difíceis como raiva, medo e mágoa, e buscam emoções mais agradáveis como alegria, felicidade e êxtase. As estratégias comuns para obter felicidade envolvem tanto a repressão como a expressão das emoções negativas na esperança de serem tiradas de vista ou descartadas. Infelizmente, nenhuma dessas estratégias reflete a verdade do nosso eu inerente, que é uma inabalável pureza de ser, que existe mais fundo do que qualquer emoção e permanece inalterada por qualquer emoção.


Certamente há momentos em que é adequado reprimir ou expressar uma emoção. Mas há também uma outra possibilidade: nem reprimir nem expressar. Chamo a isso de “vivência direta”.

Vivenciar diretamente uma emoção não é negá-la nem chafurdar nela, e isso significa que pode não existir nenhuma história dela. Pode não existir um enredo sobre com quem ela está acontecendo, por que está acontecendo, por que não deveria estar acontecendo, quem é responsável ou a quem se deve culpar.


Em meio a qualquer emoção, supostamente “negativa” ou “positiva”, é impossível descobrir-se o que está no âmago. A verdade é que, quando você realmente vivencia uma emoção negativa, ela desaparece. E quando você verdadeiramente vivencia uma emoção positiva, ela cresce e é interminável. Portanto, relativamente, há emoções negativas e positivas, mas sob investigação, só há positivas: eis a positividade que é a consciência absoluta. Como na nossa cultura não há muito que confirme esta revelação espantosa, passamos nossas vidas em busca de emoções positivas e fugindo das emoções negativas.


Quando você experimenta completamente uma emoção negativa, sem história, ela cessa de existir instantaneamente. Se você achar que está vivenciando completamente uma emoção e ela continuar bastante intensa, então reconheça que ainda há alguma história que se está contando sobre ela – como ela é grande, como enfim você conseguirá se livrar dela, como ela sempre volta, como é perigoso vivenciá-la. Qualquer que seja a história do momento, são infinitas as possibilidades de adiamento da vivência direta.


Por exemplo, quando você está irritado, a tendência comum é fazer algo para livrar-se da irritação ou colocar a culpa em si mesmo, em alguém ou em alguma outra coisa como causa da irritação. Então, começam a se desenvolver os roteiros da irritação. Na verdade, é possível não se fazer nada com a irritação, não a arredar da consciência ou tentar livrar-se dela, mas vivenciá-la diretamente. No momento em que surge a irritação, é possível simplesmente ficar completa, total e livremente irritado, sem expressá-la ou reprimi-la.


Geralmente, a vivência direta revela freqüentemente uma emoção mais profunda. A irritação seja talvez uma ondulação na superfície. Mais fundo do que a irritação pode estar a raiva ou o medo. Mais uma vez, o objetivo é não se livrar da raiva ou do medo nem os analisar, mas vivenciá-los diretamente. Se sob a irritação se revelarem o medo ou a raiva, deixe que a sua consciência se aprofunde; deixe-se estar absoluta e completamente com raiva ou com medo, sem expressar nem reprimir.


O medo freqüentemente é o maior desafio, porque ele é o que habitualmente a maioria das pessoas procura manter afastado. É claro, quanto mais tentam mantê-lo afastado, mais ele aumenta e assombra.


O que estou sugerindo é que você possa abrir-se de verdade para o medo; possa experimentar ficar com medo sem precisar sequer dizer que está com medo e sem seguir nenhum pensamento de estar com medo. Você pode simplesmente vivenciar o medo em si.


Quando falo em vivenciar diretamente o medo, não estou falando do medo fisiologicamente adequado. A resposta ao perigo, à luta ou à fuga fisiológica é natural e própria do organismo humano. Está geneticamente programada no corpo para a sua sobrevivência. Por exemplo, é conveniente sair do caminho de um ônibus que se aproxima. Mas os medos que sugiro sejam diretamente confrontados, por inteiro, do início ao fim, são os medos psicológicos, os medos que mantêm nossa energia desnecessariamente atrelada à proteção e defesa, como o medo da dor emocional ou os medos da perda ou da morte. Quando, ao invés de resistir ou fugir a ele, se acolhe um medo psicológico, este freqüentemente revela uma emoção ainda mais profunda.


Sob o medo pode revelar-se uma profunda tristeza ou mágoa. Isso também pode ser vivenciado direta e completamente sem necessidade de uma historinha. Se você estiver disposto a experimentar essas camadas emocionais até o fim, finalmente deparará com o que parece um abismo profundo. Esse abismo é o que a mente percebe como o nada, o vazio, a vacuidade, o ninguém. Eis um momento importante, pois a vontade de ser absolutamente nada, de ser ninguém, é a vontade de ser livre. Todos esses outros estados emocionais são camadas de defesa contra esta vivência do nada – a morte de quem você acha que é. Uma vez derrubadas as defesas, uma vez aberta a porta, pode-se acolher completamente este nada que foi temido. Esta acolhida é a revelação da verdadeira auto-investigação, que revela a gema secreta da verdade que esteve oculta no âmago do seu próprio coração o tempo todo. O diamante descoberto é você.


Esta é uma descoberta imensa, mas você terá de descobri-lo por si. Se estiver disposto a vivenciar profunda e completamente qualquer estado emocional, você descobrirá no seu núcleo a mesma consciência imaculada que se encontra consigo mesma tanto como vivenciador quanto como vivenciado. Se puder descobrir esta verdade de primeira mão, você será libertado da fuga dos estados supostamente negativos e da busca dos supostamente positivos. Você se libertará tanto da rejeição como do apego ao que é intrinsecamente impermanente. Você estará liberto para verdadeiramente encontrar-se consigo mesmo e regozijar-se nesse encontro.


Qualquer emoção que surja na consciência pode ser completamente acolhida pela consciência, sem precisar esconder-se em histórias ou análise. Na sua disposição de não seguir os mecanismos da mente, mas de apenas ficar quieto e vivenciar qualquer emoção que surja, você verá que ela não é nada. As emoções se mantêm compostas pelo pensamento, quer esse pensamento seja consciente ou inconsciente.


Você tem o poder de parar simplesmente e dizer: “Medo, raiva, mágoa, desespero – tudo bem, venham”. Quando você diz “Tudo bem, venham” e você realmente quer dizer isso mesmo e está verdadeiramente aberto, a emoção não pode vir porque nesse momento você não conta uma história sobre ela. Eu o convido a verificar isso por si mesmo. O medo, a raiva, a mágoa só existem quando vinculados a uma história! Sim, isso é incrível, é simples, porém uma descoberta profunda e enorme! Na verdade você pode reconhecer que aquilo de que você foge, em realidade, finalmente não existe, e aquilo que você procura já está sempre aqui.


Quando Colombo e outros exploradores descobriram o “Novo Mundo”, todos eles voltaram e disseram: “Há muito mais coisas lá fora do que sabemos, a terra não é plana”. Mas muita gente respondeu: “Ah não, eu não vou lá. Os demônios marinhos vão me pegar. Eu vou cair da terra”. É com esse mesmo primitivismo que enxergamos nossas emoções. Se você estiver disposto a cair da beira da terra, verá que você mesmo sustenta a terra e não pode “cair de” si mesmo; só pode se aprofundar mais em si mesmo.


Na extremidade oposta do espectro, particularmente na subcultura espiritual ocidental, as pessoas estão bastante abertas a vivenciar suas emoções, porque isso lhes dá um sentido de profundidade e de liberdade. Mas isso pode se tornar uma capa para o medo de vivenciar qualquer emoção que seja. Definir-se como um ser emocional talvez seja um passo mais profundo do que você se definir como um ser puramente mental, mas assim não se terá percorrido todo o caminho para casa. O que você evita ao definir-se como um ser emocional é a ausência de emoção, o nada, a vacuidade. Uma vez que tenha experimentado a pura vacuidade, você sabe diretamente que quem você é não se pode definir por nenhum estado mental ou emocional, e este saber é liberdade.


Quando você não se define por estados emocionais, as emoções são livres para surgirem, porque elas não significam nada sobre quem você é. Você sabe diretamente que todos os estados simplesmente passam pelo espaço puro que é a sua verdadeira natureza.


Convido-o a percorrer todo o caminho até o coração do puro ser, não para se livrar de alguma emoção, não para dramatizar ou glorificar alguma emoção, mas para descobrir o que cada emoção exige, para morrer para quem você pensa que é antes que morra quem você pensa que é."

Gangaji
The Diamond In Your Pocket
[O Diamante No Seu Bolso]
Cap. 26

O nome dela é Tula (de Israel), uma das vozes mais lindas q já ouvi.

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"A iluminação acontece quando acontece: não podemos ordená-la, não podemos provocá-la... ... Ela vem quando vem. O que quer que façamos pode apenas preparar-nos para recebê-la, para perceber quando ela chega, para reconhecê-la quando se manifesta." Osho

"Primeiro Seja - Relacionar-se é uma das maiores coisas da vida: é amar, compartilhar. Para amar é preciso transbordar de amor e para compartilhar é preciso ter (amor). Quem se relaciona respeita e não possui. A liberdade do outro não é invadida, ele permanece independente. Possuir é destruir todas as possibilidades de se relacionar. Relacionar é um processo. Relacionamento é diferente de relacionar-se: é completo, fixo, morto. Antes devemos nos relacionar conosco mesmos e escutar o coração para a vida ir além do intelecto, da lógica, da dialética e das discriminações. É bom evitar substantivos e enfatizar os verbos. A vida é feita de verbos: amar, cantar, dançar, relacionar, viver." Osho

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